Chegada a Deli
via Londres pelas 06h20. Chegámos e, surpreendentemente, não sentimos logo o
cheiro da Índia, mas o calor abafado sem qualquer aragem. Apenas temos tempo no
hotel para um banho e partimos à descoberta de Old Deli. A capital da Índia é dividida em Nova e Velha Deli.
A primeira, moderna, foi planejada pelos ingleses durante o período colonial
para ser capital da Índia, enquanto a Velha Deli, é muito mais antiga, anterior
ao domínio mongol.
Tal como em
qualquer pais, principalmente no Oriente, primeiro estranha-se, depois
entranha-se. Nas ruas da capital indiana, vêm-se traços da sua história milenar
e também os símbolos da prosperidade do presente. Deparámo-nos com muitas cenas
inusitadas, como os palácios de marajás, mulheres vestidas de saris coloridos,
animais (vacas, camelos e elefantes) deambulando no asfalto e um trânsito
caótico. Dizia-nos o motorista que para
conduzir em Deli é necessário três coisas: a good break, good horn and good ...
luck.
Embora seja
difícil para quem visita a cidade pela primeira vez superar um certo choque
inicial diante da pobreza extrema, dos altos níveis de poluição e do caos do
trânsito em geral esse estranhamento é recompensado por uma imensa riqueza
histórica e cultural, escondida nas estreitas ruas da Velha Deli. Não há palavras para descrever a confusão
de cheiros, sons e contrastes. Tudo tem o seu peculiar encanto nesta terra de
tradições milenares.
Tirámos os
sapatos para visitar Jami Masjid, a maior mesquita da Índia (e a segunda maior
do mundo), construída em 1656, onde se juntam, para rezar, cerca de 20.000
pessoas com vistas para a linha dos telhados de Old Deli. Obrigam-nos a colocar
uma espécie de vestido porque afirmam que estamos “mal vestidos” muito embora
eu esteja de calças jeans e t-shirt (não decotada).
Visitamos Qutub
Minar, construído por Qutub-ud-Din Aibek em 1199. Almoçámos no Restaurante Suribachi.
O preço exorbitante para a Índia (15€ por pessoa) não se traduziu na qualidade
da comida nem na simpatia do acolhimento.
Fomos até Raj
Ghat o mausoléu erguido em memória
de Mahatma Gandhi. Sem ser um local especialmente interessante, marca um dos
grandes nomes da história da conquista da independência indiana e, por isso
mesmo, vale a pena visitar o monumento que o homenageia.
O final do dia é
passado em Connaught Place - o antigo centro colonial - de arquitetura inglesa.
Aproveito para comprar “O principezinho” em hindu e em inglês (edição indiana).
Nesta zona, há coffee shops com muito
bom aspecto, lojinhas trendy chiq, as
globais Apple e Samsung bem como um McDonald’s.
Vamos até um pequeno bazaar onde
começamos por observar a loucura do regatear e da aguçada vertente comercial
dos indianos. Primeira lição do
dia: quando na Índia, qualquer pessoa se torna no mais experiente negociador de
viagens de tuk-tuk, souvenirs, entradas em monumentos,
guardador de sapatos à porta dos templos e até para comprar o bem mais
essencial de todos, uma garrafa de água.