quarta-feira, 28 de março de 2012

Sou de todos os mares ...

Sou de todos os mares,
De todos os profundos oceanos do mundo. 
Sou de todos os porto, do barulho das suas docas
De todos os enormes navios fundeados nos cais
E dos que estão encalhados nos bancos de areia (...)
Sou de todos os faróis que há nas noites das costas
Indicando, nos segundos cronometrados da sua luz, 
A traição dos continentes, das ilhas e dos bancos de areia (...)
Sou de toda a extraordinária força da gente marítima
Que se entrega aos abismos do mar com sinceridade
De quem se dá ao único destino possível da terra (...)
Sou de todos os voos de gaivotas e das suas travessias
Quase incompreensíveis aos homens da terra tão lentos
E tão distantes do entendimento das asas duma gaivota (...)
Por isso a minha pátria é o mar (...) 


João Meneres de Campos, in "A Poesia da Proença"

Baía de Cascais

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