A partida para um país exótico sempre me fascinou. Porque viajar é muito mais do que o simples deslocar a novos lugares; é viver novas paisagens, sentir novas experiências e descobrir novos horizontes. E, se é certo que a Tunísia é hoje um país aberto aos ocidentais não deixa de ter uma história, costumes e tradições únicas que vale a pena experienciar. A ida flui ao ritmo mediterrânico caótico mas pausado e ao tique do tempo tunisino, onde trabalho é sinónimo de stress.
Tunes
Com todas as cidades do norte de África, a vida gira em torno do reboliço dos coloridos souks onde se tudo se compra e vende. Os locais deambulando, com ou sem rumo, absortos, sempre pouco apressados animam a metrópole tunisina. Labirínticos, não há como descrever o que é uma experiência única para cada visitante. Olhar. Regatear. Comprar.
Com o domínio dos franceses foi construída a igreja de S. Pedro e S.Paulo. A avenida principal, Bourguiba, muito ao estilo francês, oferece um alegre passeio com paragem obrigatória junto ao Café do Teatro para um café. Reconfortante após o reboliço dos labirínticos souks. Na capital, vê-se, frequentemente, mulheres a tomar um chá ou café em grupos de duas ou três a aproveitar a vida quotidiana.
Cartago
Outrora uma grande metropole fenícia, entretanto desfeita em ruínas, foi fundada por uma princesa Elissa, também conhecida por Dido. Reza a lenda que só lhe foi permitido comprar uma área de terra correspondente ao tamanho de uma pele de vaca. Dido cortou então a pele em tiras finas e com elas delimitou território suficiente para fundar uma cidade. Lá do alto contempla-se o Mediterrâneo outrora dominado por Cartago que um dia foi centro de uma das civilizações mais poderosas do planeta e chegou a ter mais de meio milhão de habitantes.
Destruída após as guerras púnicas tal como a Fénix, monumento que ainda hoje se pode visitar a cidade levantou-se das cinzas e, integrada no Império Romano brilhou. Ao visitar as Termas de Antonino com as suas colunas colossais, numa magnífica localização, junto ao mar, percebemos a importância de Cartago. Ainda é possível visirar o Tophet de Salambo, local de sacrifício de mais de 70 mil crianças cartagineses. Foi preciso mais uma série de invasões, nomeadamente de bizantinos e árabes, para que a cidade perecesse ficando as suas ruínas, histórias e mitos para a história.
Apesar da destruição progressiva, que começou com a conquista da cidade pelos romanos e continuou com invasões e pilhagens ao longo dos séculos, Cartago levanta-se do chão. Ainda que em ruínas, com imaginação conseguimos visualizar a majestade das construções, um olhar atento aos pormenores pode reconstruir a outrora opulência do local.