sábado, 28 de abril de 2012


Pincelada apenas a azul e branco, surge Sidi Bou Said, onde a poesia espreita em cenários de espanto e se vai estendendo pelas vielas e esplanadas de encanto peculiar. Este jogo de contrastes entre as portadas e janelas e as paredes alvas é, neste lugar, ainda mais impressionante dada a ausência de excepções. 

Repleta de mistérios e surpresas a cada recanto, envolta no mar que lhe dá um azul irreal no detalhe de cada pôr-do-sol, a vila é perfeita para um longo passeio demorado, esquecendo os ponteiros do tempo, ideal para nos perdermos nas ruelas de uma beleza alva e de um sorriso demorado a cada nova porta pintada de azul, contrastando com o mediterrâneo e com o imenso céu. 

Da colina sobranceira à baía de Cartago, com os seus recantos de casas de veraneio, aos tradicionais cafés que convidam a tardes passadas no auferir dos últimos raios de sol, sabe bem atrasar o relógio para um mundo menos apressado, para um ritmo de contemplação, para o mar que vislumbramos lá longe. À paz de um final de tarde em que o rosa das buganvílias que pendem dos terraços e pátios andaluzes e o laranja do sol parecem formar uma harmonia de contrastes, tudo em Sidi Bou Said se torna apetecível no mais breve dos momentos, no saborear de cada café ou chá de menta com pinhões. 





Sidi Bou Said sabe a pouco na memória de cada viajante, deixa marcas para sempre, apetece a cada momento de contemplação demorada em que fechamos os olhos e nos escondemos nas memórias de tempos melhores. 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Take Off Tunisia #1 - Tunes & Cartago


A partida para um país exótico sempre me fascinou. Porque viajar é muito mais do que o simples deslocar a novos lugares; é viver novas paisagens, sentir novas experiências e descobrir novos horizontes. E, se é certo que a Tunísia é hoje um país aberto aos ocidentais não deixa de ter uma história, costumes e tradições únicas que vale a pena experienciar. A ida flui ao ritmo mediterrânico caótico mas pausado e ao tique do tempo tunisino, onde trabalho é sinónimo de stress.

Tunes
 Com todas as cidades do norte de África, a vida gira em torno do reboliço dos coloridos souks onde se tudo se compra e vende. Os locais deambulando, com ou sem rumo, absortos, sempre pouco apressados animam a metrópole tunisina. Labirínticos, não há como descrever o que é uma experiência única para cada visitante. Olhar. Regatear. Comprar.

Com o domínio dos franceses foi construída a igreja de S. Pedro e S.Paulo. A avenida principal, Bourguiba, muito ao estilo francês, oferece um alegre passeio com paragem obrigatória junto ao Café do Teatro para um café. Reconfortante após o reboliço dos  labirínticos souks. Na capital, vê-se, frequentemente, mulheres a tomar um chá ou café em grupos de duas ou três a aproveitar a vida quotidiana.






Cartago

Outrora uma grande metropole fenícia, entretanto desfeita em ruínas, foi fundada por uma princesa Elissa, também conhecida por Dido. Reza a lenda que só lhe foi permitido comprar uma área de terra correspondente ao tamanho de uma pele de vaca. Dido cortou então a pele em tiras finas e com elas delimitou território suficiente para fundar uma cidade. Lá do alto contempla-se o Mediterrâneo outrora dominado por Cartago que um dia foi centro de uma das civilizações mais poderosas do planeta e chegou a ter mais de meio milhão de habitantes.

Destruída após as guerras púnicas tal como a Fénix, monumento que ainda hoje se pode visitar a cidade levantou-se das cinzas e, integrada no Império Romano brilhou. Ao visitar as Termas de Antonino com as suas colunas colossais, numa magnífica localização, junto ao mar, percebemos a importância de Cartago.  Ainda é possível visirar o Tophet de Salambo, local de sacrifício de mais de 70 mil crianças cartagineses. Foi preciso mais uma série de invasões, nomeadamente de bizantinos e árabes, para que a cidade perecesse ficando as suas ruínas, histórias e mitos para a história.

Apesar da destruição progressiva, que começou com a conquista da cidade pelos romanos e continuou com invasões e pilhagens ao longo dos séculos, Cartago levanta-se do chão. Ainda que em ruínas, com imaginação conseguimos visualizar a majestade das construções, um olhar atento aos pormenores pode reconstruir a outrora opulência do local.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Até onde está disposto a ir para roubar um sorriso a quem ama?

O Projeto Tutu começou em 2003 como uma brincadeira. 

"Há nove anos, eu e a minha mulher mudámo-nos para a costa leste, para começar uma vida nova, e seis meses depois foi-lhe diagnosticado um cancro de mama", conta Bob Carey. Como forma de fazer rir a sua esposa, Bob teve a ideia de se fotografar em vários pontos dos EUA usando nada mais do que um tutu rosa.

O que realmente um marido pode fazer face à doença? O Projecto Tutu (http://www.thetutuproject.com/) conta ainda muitas histórias engraçadas sobre as aventuras de um homem usando apenas um tutu de bailarina.

Este projecto que, para alem do seu propósito inicial, irá publicar um livro com as cómicas fotos. O objectivo é recolher fundos para Organizações que contribuam para a pesquisa de uma cura para o cancro da mama.

Uma abordagem original à doença. Divertido, prova que há sempre algo que possamos fazer, por  muito pouco que seja para melhorar o dia de quem é condenado pela doença. Até onde está um marido disposto a ir para "roubar" um sorriso a quem ama? Bob faz “rir, o melhor remédio para as adversidades com que a vida, por vezes, nos surpreende”.

Fonte: The tutu project 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Made in Portugal - Bordallo Pinheiro


A originalidade e a frescura das peças Bordallo Pinheiro continuam a decorar as mesas dos portugueses, conferindo-lhes um toque único de cor, plasticidade e um naturalismo de sabor nacional.
Uma forma muito nossa de guardar os alimentos ou de servir refeições, intensificando o prazer de partilha. Os bules de Bordallo Pinheiro fazem parte da sua paleta criativa de comentário, pendor satírico e crítica,  assumindo características simbólicas que definem vários tipos sociais. A azulejaria ocupa um papel essencial na sua obra. Criou inúmeros azulejos em relevo, com padrões diversificados, incluindo peças de inspiração naturalista, de influência histórica e recriações recorrendo sempre ao saber e tradição locais.
Os objectos espelham a genialidade artística de Bordallo Pinheiro  reunindo características únicas, cada relevo, cada coloração, o mais pequeno dos detalhes de reprodução, nada é deixado ao acaso.
A conhecida loiça do Zé povinho saltou da cozinha da avó para as casas mais "trendy" e até para uma exposição no MoMa, em Nova Iorque. A louça da couve voltou a estar na moda.

A paixão e criatividade colocadas no trabalho, a consciência social, o humor e a transgressão de ideias feitas deram à obra um cariz único que começa a ser redescoberta com um novo olhar, podendo ser combinada com uma decoração moderna. Ou não fosse esse o mote da empresa “evoluir sendo fiel a Bordallo”. 




sábado, 21 de abril de 2012

Made in Portugal - Mieko


MYEKO é uma marca made in Portugal fundada por três mulheres que acreditam que a beleza existe em todas as pessoas e que só poderá ser perpetuada com o uso de produtos em perfeita harmonia biológica com a natureza.

Uma linha de cosméticos com certificação biológica que abrange desde o produto à embalagem já distinguida pela comunidade internacional pelo “design sofisticado e qualidade Premium”.  Para a Myeko, o corpo é o reflexo da alma e é preciso defendê-lo das agressões ambientais.

O objectivo é conjugar o melhor dos dois mundos: a imagem cuidada, luxuosa e eficaz, a um produto amigo da pele, livre de químicos tóxicos. A produção não é artesanal e, da fábrica aos recipientes reciclados, tudo leva o selo da EcoCert. A Myeko pôs de lado os corantes, as fragrâncias sintéticas (principal causa de alergias), silicones, parabenos e siglas como LSS ou PPG. Para além disso, deu sofisticação ao conceito “biológico”, muito associado ao verde e imagem artesanal.

Os cremes e loções propriamente ditos são pensados por Patrícia von Hoesslin, médica,  que sabe, a nível celular, quais os ingredientes que potenciam o bom funcionamento do corpo. “Para um creme de dia, é essencial hidratação e protecção. Escolho os ingredientes fundamentais do ponto de vista científico para preencher estes critérios”, explica.

O creme de dia da linha oferece uma proteção poderosa contra os desafios diários do ambiente, graças a Calcidone®, um ingrediente ativo reestruturante desenvolvido para uma proteção intensa, e também a antioxidantes como o extrato de chá verde. A ribose do milho concede à pele um aumento de energia e a levedura de aveia estimula o sistema imunitário natural e a sí­ntese de colagénio.

Hoje em dia, as mulheres são muito mais exigentes. A resposta da Myeko é: Qualidade. Design. Sofisticação.










quinta-feira, 19 de abril de 2012

Made in Portugal - Claus Porto


 “Preservar o passado. Estimular o presente. Desafiar o Futuro” é o lema desta marca que, com os olhos postos no futuro, quer continuar a levar o nome de Portugal mais longe. 



Remontando a 1887, numa época em que os sabonetes e os perfumes estavam apenas ao alcance das classes sociais mais abastadas dois alemães criaram no Porto uma pequena fábrica de produtos de higiene que seria, mais tarde, comprada pelo português Achiles de Brito.

Com rótulos de imagens sedutoras e embalagens  pintadas à mão completamente inovadoras na época mas genuinamente nacionais, surgem no mercado várias linhas de produtos. Desde o século XIX foram-se  integrando nos hábitos dos portugueses conquistando a posição de prestígio e de topo nas preferências dos consumidores até aos dias de hoje apreciados publicamente por celebridades internacionais como Oprah Winfrey, Kate Moss, Nicolas Cage ou Madona e pondendo ser encontrados para compra nos armazéns Harrods, Galerias Lafayette, na SAKS, assim como na loja da moda em Nova Iorque, a Lafco.

Os seus produtos assumem-se com uma opção contemporânea para a mulher actual porque o banho não tem que ser necessariamente uma rotina, mas sim um prazer - sobretudo quando acompanhado por um sabonete absolutamente vegetal.

Sabonetes com uma fragrância exótica e inebriante, surpreendem pela estimulação dos sentidos resultante de um cruzamento inesperado de notas olfactivas.

Mergulhar num banho de profunda hidratação é a sensação proporcionada pelos sabonetes de banho da Claus Porto. Com óleo de Karité 100% natural, conferem um triplo estado de protecção, suavidade e rejuvenescimento da pele.

Ao prazer da suave consistência e da espuma cremosa, junta-se a conservação perfeita dos sabonetes, que, por serem moídos várias vezes, perduram sem fissuras até ao fim.

A minha favorita, a linha Deco, Balsâmica e fresca, evoca um estado de relaxamento sublime que proporciona uma sensação generalizada de bem-estar. Sob o condão do aroma intenso, limpo e refrescante, proporcionado pela fragrância da lima e pelas estimulantes notas aromáticas do basílico, os sabonetes desta colecção são excelentes para limpar a pele em profundidade.
Composta por 0.7 % de óleo volátil do Basil, a linha Deco é obrigatória para aliviar cansaço, tensões e stress.

E, como o Dia da Mãe está aí a chegar porque não surpreender com um dos mais genuínos e autênticos produtos portugueses considerados já como autênticos objectos de arte e de design.









Fontes:
Site da Claus Porto
Blog “De Marcela para Ana”

terça-feira, 17 de abril de 2012

# Código 560




Quer seja em tempo de crise ou não, o desenvolvimento de marcas nacionais é um elemento determinante para criação de valor acrescentado e consequente fomentação da nossa economia. 

Certo. Contudo, é típico do Português elogiar os produtos estrangeiros sem, no entanto pensar que se calhar temos um produto de qualidade superior ou igual. Não é difícil admirar os atributos, a qualidade, a imagem, garantia, confiança e antiguidade das nossas marcas. E a inovação de outras. 

Na hora de escolher, é fácil tomar a atitude correcta. Para além dos indicados com o slogan "Compro o que é nosso" pode-se verificar que os produtos feitos em território nacional ou com forte componente de fabrico nacional apresentam no início do código de barras os números 560. Sim, há várias formas de contornar esta questão, há empresas que trazem componentes de outros países para serem montados em Portugal. Mas são produtos fabricados em Portugal por marcas nacionais, multinacionais ou mesmo internacionais, com mão de obra nacional, que contribuem superiormente para o nossa economia e para o emprego no nosso país.

O primeiro passo, por mais pequeno que seja é o fundamental. Se não formos nós os primeiros a utilizar os nossos produtos como podemos querer que outros os conheçam. Devemos ser os principais embaixadores das nossas marcas, da nossa cultura e da nossa língua. Não podemos ficar à espera do Governo, ou a criticar o que poderia ser feito. 

É necessário criar um novo estado de espírito e todos nós sabemos que, quando estimulado, o orgulho Português responde, de forma surpreendente aos desafios lançados.

Eu... prometo dar o exemplo e sugestões muito em breve! 

domingo, 15 de abril de 2012

Vahram Muratyacan, Paris versus New York: A Tally of Two Cities



"New Yorkers are obsessed with going to Paris, Parisians dream of going to New York, so this was my way of showing that it works both ways. Amélie’s father’s gnome visits New York, and at the end of Sex and the City, Carrie goes to Paris."




"These two presidents lent their names to airports and are now reduced to three letters, CDG and JFK. But ithe image is also about the poetry of watching planes draw lines in the sky, showing where they have been."




"The cupcake and macaroon reference fashions in food. They contrast with the classics, like pastrami and patisserie."


Jeux d'enfants




Ao som de “La vie em rose” “Jeux d’enfants é um filme original. divertido. romântico. Simples mas ao mesmo tempo complexo, faz sorrir e no minuto seguinte faz-nos cair uma lágrima. Conto de fadas moderno e revigorante. A primeira longa-metragem de Yann Samuell é um hino à pureza da infância, quando somos capazes de tudo, sobretudo, de sonhar. 
“Cap ou pas cap?”
 Assim é lançado o desafio entre os dois amigos de 8 anos. Quem detém a caixa lança o desafio e o outro só tem que o aceitar. A inocência da amizade, o provocar de emoções numa cumplicidade que gera ciúme, alegrias risos, sorrisos. Lançadas as regras, desafio em desafio Sophie Julien vão crescendo precisando um do outro e de superar todas as provas, custe o que custar. 


Citações favoritas: 
“Pour gagner ce jeu, il faut une jolie boîte, une jolie copine, et le reste on s’en fout...”
 (Julien) 
“Tu te souviens c’est ce jour là oú tu m’as dit que je serai jamais cap de te faire du mal... Cap...”
 (Julien) “- Va en l’enfer! GUILLAUME CANET (Julien)
- D’accord, mais tu m’y accompagnes. On ne se revoit pas pendant diz ans... Cap!”
 (Sophie)
 Friends are like eyeglasses. They make you look smart, but get scratched and then bore you. Luckily, sometimes, you get super cool glasses. Me... I've got Sophie! (Julien) 
“Ser adulto é isso: ter um conta quilómetros que marca 210 e não andar a mais de 60.” (Julien)


sábado, 14 de abril de 2012

¿ Single & Fabulous ?

À noite, a maquilhagem,o outfit cuidadosamente escolhido, os saltos altos que tanto os pés magoam, a música a tomar bem alto e nós dançar como se fossemos a prima bailarina e o palco é todo nosso, a tornar-nos mais capazes, mais sensuais, a dizer algo que não diríamos normalmente, a ousar, a ir mais além...


E, no dia seguinte, sem o efeito inebriante das luzes... 




quinta-feira, 12 de abril de 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Páscoa à moda da aldeia

A Páscoa na minha aldeia
É regada a jeropiga e vinho do Porto.
É um bolo feito com receita antiga
É de portas abertas
É de coração aberto. 


A Páscoa é tempo de morte e de vida
Da ressurreição, da renovação...
O padre vai de casa em casa, de porta a porta,
Família em família
Faz a oração
E bebe um copo.


A família reunida, 
O alecrim marca o convite à família, vizinhos, amigos e conhecidos
Não consigo imaginar outra Páscoa
Sem o vinho do Porto, sem jeropiga, sem bolo d'avo
Sem a prima e a prima pequenina, sem as histórias do primo e as tolices de outra prima
É a Páscoa da Família. 









segunda-feira, 9 de abril de 2012

A história de Crisóstomo ...

que "estava sozinho e sentia que tudo lhe faltava pela metade, como se tivesse apenas metade da casa e dos talheres, metade dos dias, metade das palavras para se explicar às pessoas"e da família inventada pelas circunstâncias.

Mostra-nos que, por vezes, temos de aceitar o que a vida nos dá e tirar dela o que precisamos para alcançar a nossa própria felicidade.

Fala da solidão e da falta de ter alguém a quem dedicar o nosso amor.

Por ser tão bonito, actual e verdadeiramente bem escrito é difícil escolher uma frase favorita. Aqui fica a minha, espero que desperte atenção para a leitura:  :)

 "que amasse pelos dois, (...) que dele cuidasse como quem cuidava do importante destino do mundo. O toque de alguém, dizia ele, é o verdadeiro lado de cá da pele. Quem não é tocado não se cobre nunca, anda como nu. De ossos à mostra. E amar uma pessoa é o destino do mundo."



domingo, 1 de abril de 2012

De partida ...

 Viajar!Perder países! 
 Ser outro constantemente,
 Por a alma não ter raízes
 De viver de ver somente!

 Não pertencer nem a mim! 
 Ir em frente, ir a seguir 
 A ausência de ter um fim,
 E a ânsia de o conseguir!

 Viajar assim é viagem. 
 Mas faço-o sem ter de meu
 Mais que o sonho da passagem. 
 O resto é só terra e céu.
    Fernando Pessoa, 20-9-1933