sábado, 28 de abril de 2012


Pincelada apenas a azul e branco, surge Sidi Bou Said, onde a poesia espreita em cenários de espanto e se vai estendendo pelas vielas e esplanadas de encanto peculiar. Este jogo de contrastes entre as portadas e janelas e as paredes alvas é, neste lugar, ainda mais impressionante dada a ausência de excepções. 

Repleta de mistérios e surpresas a cada recanto, envolta no mar que lhe dá um azul irreal no detalhe de cada pôr-do-sol, a vila é perfeita para um longo passeio demorado, esquecendo os ponteiros do tempo, ideal para nos perdermos nas ruelas de uma beleza alva e de um sorriso demorado a cada nova porta pintada de azul, contrastando com o mediterrâneo e com o imenso céu. 

Da colina sobranceira à baía de Cartago, com os seus recantos de casas de veraneio, aos tradicionais cafés que convidam a tardes passadas no auferir dos últimos raios de sol, sabe bem atrasar o relógio para um mundo menos apressado, para um ritmo de contemplação, para o mar que vislumbramos lá longe. À paz de um final de tarde em que o rosa das buganvílias que pendem dos terraços e pátios andaluzes e o laranja do sol parecem formar uma harmonia de contrastes, tudo em Sidi Bou Said se torna apetecível no mais breve dos momentos, no saborear de cada café ou chá de menta com pinhões. 





Sidi Bou Said sabe a pouco na memória de cada viajante, deixa marcas para sempre, apetece a cada momento de contemplação demorada em que fechamos os olhos e nos escondemos nas memórias de tempos melhores. 

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